terça-feira, 9 de dezembro de 2014

FOGO do SERTÃO



FOGO do SERTÃO


Se chove fogo em pleno serrado
Se a própria brisa desvia de mim
Se não há sombra nem cais neste pasto
Só o calor que judia sem fim

Mais fogo eu trago em meu regaço
Mais arde a alma vermelho-carmim
Mas forte e quente em meu peito te abraço
Tua forma e imagem tua pele cetim.

De sequidão na garganta o pranto se foi....
De febre e sede se tange o clarim....
Não sei de mim, só sei do aço...
Que corta na pele...Que corta “ni” mim.

De dor e fogo o couro engelhado
De seco beijo a fina pele ardida
Obra de um sol de ódio agravado
De lábios secos sem prece parida.

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