PESSEGUEIRO
A muito tempo atrás houve uma epidemia que se
alastrou por toda a pequena aldeia ao pé da montanha. Muita gente começou a
adoecer e morrer tão rapidamente que mal se dava conta de enterrá-las. Um
menino que morava na aldeia começou a orar pelos doentes. Ele ia de casa em
casa orando pelos enfermos. Mas os pobrezinhos continuavam a morrer. O menino
foi ficando cada vez mais deprimido e desesperado. Ele realmente queria fazer
alguma coisa. Então continuou a orar pelas pessoas de casa em casa, e para cada
pessoa que ele orava, plantava um pessegueiro. E ele continuou fazendo isso por
muito tempo. E é fato que mais pessoas morreram do que foram salvas, mas a cada
dia mais e mais pessegueiros cercavam a pequena vila. O aroma das flores e
frutos invadiam a vila. Aos poucos o cemitério foi ficando cada vez mais vazio.
As pessoas deixavam de ir até lá para chorar seus mortos e se reuniam debaixo
dos pessegueiros que representavam seus entes queridos. E o aroma dos
pessegueiros enchia o ar de nostalgia e saudade. O cemitério continuou
recebendo seus mortos, mas nunca mais se acenderam velas lá. Fitas coloridas
eram amarradas nos ramos dos pessegueiros representando o amor pelos que
partiram. E elas dançavam ao vento.
E a vila
nunca mais foi a mesma.
Deus é a
primavera, os jardins apenas suas pegadas.
Agora a
melhor oração é plantar virtudes.
Deus
sabe o que faz melhor do que eu sei o que quero.
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